segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Assentamento





Há pouco mais de uma semana em solo francês e já acumulo emoções que vão de um extremo ao outro. Senti-me plena, mas também vazia, me alegrei e me entristeci, senti-me corajosa, mas com frio na barriga, senti uma saudade embaralhada à vontade de aqui ficar... É, em tão breve tempo pude refletir a respeito da tal solidão que muitos me relataram sentir em terras estrangeiras. Concluí que até mantemos relações, no entanto, como ainda não há troca sentimental acabamos sentindo frio por dentro. E para este frio não há roupa térmica que dê jeito. E ainda que, além das malas trazemos conosco tudo mais que em nosso ser habita. Nada obstante, faz-se necessário narrar certos acontecimentos. Na língua francesa há um verbo bastante interessante; “berçar” similar ao que conhecemos no português por ninar. E, alguns franceses com quem estive “berçaram-me”, o que aqueceu parte do frio que carrego sob sóis escaldantes. A propósito, os franceses do norte não atiram farpas conforme ouvimos com tanta frequência. Ao contrário, cumprimentos e votos de bom dia tornaram-se corriqueiros aos meus ouvidos. Se acaso busco alguma informação, com atenção e cordialidade recebo respostas além das que procuro. Mas bom mesmo têm sido fazer as refeições na nova residência. A cozinha, não há outra mais cosmopolita por essas bandas. Ontem, o café da manhã foi ao lado de um marroquino. O almoço em companhia de uma irlandesa, por sinal muito simpática. Já o jantar foi ao lado de um belga. Pode? Mas estou mesmo cativada é pelos chineses e africanos, eles sabem sorrir com a boca, olhos e o coração. Por certo, voltarei ao Brasil dona de uma extensa coleção de emoções e preciosas bagagens, mas em especial aquelas que não serão acomodadas nas malas.   






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